A natureza...



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  1. O dia que o céu sumiu

    "durante uma viagem um turista notou um certo movimento na floresta, era uma tarde nomal, como todas as outras, ele assistia os animais correndo, crianças chorando, um grande alvoroço na floresta, notou então que o vento estava mudando. Foi quando passou por ele uma mulher apressada, não lhe disse nada, ele seguiu seu caminho, de repente passou outra mulher e ele preocupado perguntou:
    - Por que vocês estão tão agitados?
    - Vem chegando uma grande tempestade, disse nosso líder,que será a maior briga do tempo com a natureza, que alguém já teve a oportunidade de assistir... (respondeu a mulher, apontando para o céu,um céu diferente, de cor e forma diferente, ele mesmo, nunca tinha presenciado um espetáculo da natureza assim...).
    Na verdade, o temporal que se aproximava era assustador, o turista por não imaginar o que aconteceria continuava ali, de longe, assistindo a toda aquela mudança no clima.
    Os segundos se passaram e o vento forte, a chuva forte, vieram com toda força do universo.
    Ele assustado, procurou abrigo em uma caverna, ali estava seguro, e estava mesmo, não foi alcançado por aquele devastador temporal.
    De onde estava avistava a pequena aldeia sendo toda destruída, não sabia o que fazer, pensou em sair dali, mas de que adiantaria, que poder teria ele contra as forças dos deuses, por um momento pensou em chorar, lembrou de todo dinheiro que tinha, toda fortuna que havia acumulado em seu mundo, um mundo de diversão, viagens, bebidas...
    Lembrou do nascimento de seu filho, do primeiro tombo de bicicleta de sua filha, lembrou dos muitos momentos que deixou prá trás sua família, sua esposa, para viver entre os habitantes da madrugada.
    Após destruir tudo que tinha pela frente, o temporal foi diminuindo, e ele conseguiu avistar longe, muito longe um velho fazendo sinal, talvez pedindo socorro, a chuva aumentou novamente, e mesmo assim, ele conseguia notar que aquele velho, se aproximava cada vez mais dele, mas por estar totalmente seguro naquela caverna, em nenhum momento pensou em ajudá-lo, podia ter saído por um instante quando a chuva estava fraca, mas não se importou...
    O velho se aproximava, perdendo suas forças no meio da tempestade, e ele continuava ali, sem se mover, torcendo prá que o pobre velho caísse e desistisse de lutar, mas aquele velho não se importava com o tempo, parecia ser resistenta a tudo, chuva, vento, pedras de gelo que se acumulavam em sua direção, nada disso o impedia de seguir na direção daquela caverna.
    Os segundos se passaram, o tempo não mudou, ele passou a acenar de volta, gritando ao velho:
    - volte, o temporal irá acabar com o senhor...
    E o velho insistia cada vez mais com seus sinais...

    Até que um dos dois desistiu...

    A chuva parou, a tempestade já tinha passado e começaram a chegar as pessoas que ajudariam a erguer aquela civilização novamente, entre eles havia uma criança, que vendo uma pessoa no chão, chamou seu pai, um enfermeiro de uma cidade vizinha.
    - Ei, pai, venha tem uma pessoa caída ali.
    O enfermeiro se aproximou, ajudou o velho a se levantar, e perguntou:
    - O que houve, falo sua língua, por que o senhor está deitado chorando?
    - Hoje não cumpri minha missão, meu amigo, tentei de diversas formas ajudar aquele pobre homem na caverna, tentei avisá-lo que aquela caverna era o lugar menos seguro para ele, acenei, fiz diversos sinais para ele sair dali, pois via de longe que a caverna desabava sobre ele, mas ele, não entendo eu porque, não me deu atenção..."


    O velho morreu com 92 anos, e em seu túmulo, ou sua lápide(como dizem alguns seguidores de plantão do Encontro de Palavras), consta até hoje a frase que ele dizia a todos os recém nascidos que batizava:

    "DE QUE ADIANTA CORRERMOS NA CHUVA, SE NA FRENTE, TAMBÉM ESTARÁ CHOVENDO...?"

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